Zapping Clínico

Zapping Clínico reúne, quinzenalmente, as descobertas de sofá da Camila, do Francisco e da Alice. A criação artística e a criatividade, despidas de qualquer cânone, assumem-se a narrativa desta rubrica – viajando pela sugestão de concertos, conversas e vídeos. No fundo, propõe-se – desde o sofá -, um bom momento de sofá.

ZAPPING CLÍNICO

Zapping Clínico reúne, quinzenalmente, as descobertas de sofá da Camila, do Francisco e da Alice. A criação artística e a criatividade, despidas de qualquer cânone, assumem-se a narrativa desta rubrica – viajando pela sugestão de concertos, conversas e vídeos. No fundo, propõe-se – desde o sofá -, um bom momento de sofá.

VÍDEOS

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Zapping Clínico #1

“Habita, certamente, na vossa memória, o tétrico período atravessado pelo mundo entre 1933 e 1945. Afogados em morais racistas e antissemitistas, a violência emergiu e milhares de vidas conheceram a alma do medo. As artes, assim como o povo judeu, assumiram-se como focos da opressão do regime Nazi. James Conlon, ilustre maestro americano, mostra-nos a sua ânsia pela redescoberta, compreensão e execução da música de compositores escondidos pelo regime Nazi. Descreve, de forma emocionante, a sua caminhada pelo meio musical outrora dissimulado e esquecido.
Como seria viver num planeta em que a criatividade não podia sair à rua?”

Camila Menino

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Zapping Clínico #2

❝A arte é teimosa, persistente! Como seres vivos, estamos e estaremos sempre condenados a viver algum tipo de tragédia, seja ela íntima ou abrangente ao mundo inteiro. Apesar de ser algo fundamentalmente prejudicial, é também um forte estímulo criativo para os artistas, especialmente quando os afeta de forma direta. Dito isto, seria estranho não referenciar a tragédia pandémica dos nossos dias, mostrando-vos a maneira como um compositor combate a impossibilidade de fazer música em conjunto. Na sua obra Longing from Afar, Dai Fujikura requer que a mesma seja tocada por meio de videochamada, aproveitando o delay entre músicos como característica fundamental, mantendo uma linguagem baseada em improviso acessível a músicos profissionais e amadores. Além disto, a instrumentação é completamente livre, por isso convido-vos a ouvirem não só a versão que vos mostro da Orquestra Juvenil de Tohoku mas também várias outras disponíveis no canal do compositor!❞

Francisco Ribeiro

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Zapping Clínico #3

O paradigma do ser compositor, a génese da criação e o tédio no papel de agente criativo.
Mark Applebaum conversa intimamente connosco sobre a sua incessante fuga ao universo convencional e a constante procura pelo vanguardismo performativo-composicional. O seu desejo em alcançar um processo de notação musical mais interessante e apelativo leva-nos à descoberta da partitura gráfica, sua audácia e reconhecimento como veículo à multidisciplinaridade. 
Se a criatividade nos transporta por esta estrada, devemos então quebrar regras de trânsito?

Camila Menino

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Zapping Clínico #4

Um músico toca, canta, reproduz e cria de acordo com o que conhece e estuda. André Mehmari e Mónica Salmaso são, atualmente, dos melhores exemplos de músicos completos. A partir da música “Pra que discutir com madame”, música popular do Brasil, o duo explora as capacidades da música não saindo da essência brasileira, mas sim misturando-a com outros géneros e estilos. Não deixa de ser impressionante a certeza e o “à vontade” da cantora perante a permanência do ritmo no tamborim e a mudança de jogos rítmicos e linguísticos do pianista. André Mehmari toca e cria graças à sua grande versatilidade dentro de vários géneros musicais e demonstra a sua técnica pianística apurada tocando tanto de forma intensa como de forma mais sensível e lírica. Este vídeo consegue espelhar que a criatividade nasce de um apuramento de experiências e absorção de conhecimento sem preconceitos. O resultado é esta “conversa” musical tanto humilde e simples como extremamente rica e eclética que incentiva o uso da arte não só como entretenimento mas também como comunicação (entre músicos e com o público).

Alice Vieira

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Zapping Clínico #5

“A velha questão associada aos setores que potenciam o crescimento económico permanece nas bocas dos grandes patriarcas mundiais. É axiomático que subsiste a necessidade de criar e inovar o mercado. Num mundo pintado de artistas, decerto que não deveria ser um domínio esquecido, mas não é bem esse o quadro que conhecemos.
As câmaras ligam-se, os projetores acendem e Mehret Mandefro entra em cena e partilha connosco a sua viagem por terras etiopianas. Expõe-nos a admirável forma como, aos poucos, faz ressuscitar a cultura no calendário económico da sua terra natal.
Antes de escutarem as palavras de Mehret, questionem-se: Imaginam o mundo sem o setor criativo?”

Camila Menino

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Zapping Clínico #6

Num mar de falsa informação, conteúdo reciclado e debates sem nexo, há um pequenino canto da Internet recheado de tesouros “niche” ocasionalmente descobertos pelo grande público. Tal é o caso desta gema intitulada “history of the entire world, i guess”, um vídeo no YouTube com mais de 127 milhões de visualizações! A premissa é relativamente óbvia mas a forma como é apresentada é tudo menos ordinária. Será sequer possível falar sobre a história do mundo inteiro em apenas 20 minutos? Naturalmente, não! E a piada é mesmo essa! Numa espécie de disparo de informação combinado com jingles surpreendentemente sofisticados, Bill Wurtz enfrenta este desafio impossível com um engenho criativo inconfundível! Assim sendo, mesmo que gostem de visitar a lua durante lições de história, garanto que esta rouba por completo a vossa concentração, fazendo com que 20 minutos pareçam 5!

Francisco Ribeiro

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Zapping Clínico #7

A música portuguesa continua a ser alvo de desinteresse e apelidada de “falta de complexidade”. Neste concerto de 20 anos de carreira, Ana Laíns prova o contrário e conta-nos a história da nossa música – da música popular portuguesa. O grupo interpreta D. Dinis, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Zeca Afonso – entre outros poetas -, músicas populares regionais e peças originais. Ana Laíns, exímia cantora, expressa todo o seu amor pela arte portuguesa juntamente com uma combinação improvável de instrumentos e presenteia-nos com versões espantosas da música popular, enriquecendo as melodias e ritmos portugueses. Além da sua voz, Ana convida outros cantores e grupos folclóricos que dão brilho ao palco e que nos dão vontade de saltar da cadeira para cantar e dançar. O concerto elogia as tradições portuguesas e a energia e qualidade dos músicos  transforma-o num movimento de resistência que mostra a qualidade da indústria musical portuguesa, que dá o mote para nos conhecermos cada vez mais e faz ressaltar questões sobre a nossa cultura: Quem somos? Que música tem a nossa língua?

Alice Vieira

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Zapping Clínico #8

A voz humana é, inquestionavelmente, o mais natural e antigo instrumento musical. 
Inquietado pelas limitações da sua voz, Beardyman apresenta-nos a vertente tecnológica do seu portfólio – uma máquina que permite a produção musical em tempo real através da manipulação da voz humana. 
O músico e comediante, neste momento performativo-expositivo, deslumbra-nos com o potencial sonoro e criativo da sua voz. Viajamos pela Natureza, paramos para visitar o órgão da Igreja da Lapa e até chegamos ao palco dos Pink Floyd!
Vocês que são uns tagarelas, já pensaram que se podem tornar grandes artistas?

Camila Menino

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Zapping Clínico #9

Na era contemporânea, enquanto formos curiosos, as perguntas são uma fonte infindável! Assim sendo, um dos grandes fenómenos humanos que permanece um mistério são os sonhos. Naturalmente, tal bizarria é uma valiosa inspiração para artistas, sendo o estudo de caso de hoje David Maslanka, compositor americano recentemente falecido, famoso pelas suas obras para orquestra de sopros. No seu magnum opus A Child’s Garden of Dreams, Maslanka inspira-se no livro Man and His Symbols de Carl Jung, focando-se num caso particular representado no livro sobre os sonhos de uma pequena rapariga de 8 anos. Tais sonhos teriam sido escritos e entregues ao seu pai no Natal, chocando-o pelo surrealismo dos mesmos, muito além do que uma rapariga da sua idade deveria ser capaz de imaginar. Um ano depois desse Natal a menina morre de uma doença infecciosa, levando o pai a acreditar que os sonhos mórbidos da sua filha teriam sido um presságio da sua morte. Maslanka escolhe apenas 5 sonhos para sua obra, tratando cada um como um andamento musical. Cada um destes sonhos é musicalmente descrito de tal forma que é impossível não ter uma experiência visceral.

Francisco Ribeiro

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Zapping Clínico #10

Bach, what else? Bem, talvez haja algo mais! Para instrumentistas eruditos, especialmente pianistas, violinistas e violoncelistas, Bach é uma companhia constante ao longo da sua vida estudantil, frequentemente numa espécie de relação amor/ódio. Brad Mehldau, pianista de jazz norte-americano, certamente terá gastado muitas horas a compreender a música de Bach, comprovadas pela performance que vos apresento. Na Grande Salle Pierre Boulez, Brad apresenta várias mutações sobre obras de Bach por meio de algo escrito previamente ou mesmo de improviso espontâneo. Neste fragmento ouvimos primeiramente o Prelúdio em Dó sustenido menor do primeiro livro do cravo bem temperado, seguido de imediato pela peça Rondo. Nesta nova versão ouvimos um Bach mais aprofundado, emocionalmente mais complexo e simplesmente belíssimo. A difícil tarefa de transformar completamente a música de Bach, elevando-a a um novo plano sem perder a sua essência é brilhantemente conseguida – experimentem!

Francisco Ribeiro

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EQUIPA

Alice Vieira

Camila Menino

Francisco Ribeiro

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